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Por que é tão difícil largar as telas?

A psicóloga Márcia Iketsu em sua palestra na Casa Offline
A psicóloga Márcia Iketsu em sua palestra na Casa Offline

No sábado, 28 de junho, a Casa Offline recebeu a psicóloga Márcia Iketsu para uma tarde que nos atravessou profundamente. O sol brilhava na vila da Casa, criando um cenário acolhedor para mais uma edição dos Rolês Offline. Logo na chegada, Márcia trouxe seus escritos no flipchart; um percurso entre as dimensões emocionais, neuropsicológicas, sociais e culturais que nos fazem tão dependentes das telas.


Com uma fala generosa e firme, ela nos conduziu por reflexões dolorosas. Entre os dados apresentados, alguns chocaram o público; a correlação crescente entre o uso excessivo de telas, episódios depressivos e até casos graves de violência virtual, como o estupro digital. Um silêncio atento tomava conta da roda. Márcia apontou caminhos práticos e possíveis; como evitar o uso do celular em todos os ambientes da casa, acompanhar de perto o que crianças acessam, e rever nossas próprias rotinas com o aparelho.


Quando abrimos para a conversa, as inquietações vieram com força. Uma das primeiras perguntas questionou a tendência de patologizar o uso de telas; seria mesmo um exagero? Como equilibrar a gravidade do sofrimento psíquico com a complexidade dos tempos digitais? Outra fala trouxe a comparação com o pânico que existia sobre a televisão no passado; estaríamos repetindo o mesmo erro com os celulares?


A discussão se intensificou quando uma participante afirmou que hoje não temos mais autonomia sobre as tecnologias; ferramentas que poderiam nos servir foram capturadas por discursos extremistas, algoritmos de ódio e dependência.


Márcia encerrou dizendo que precisamos, urgentemente, falar sobre tudo isso; que há urgência na nossa ação coletiva; que o sofrimento digital é real; e que o silêncio só nos afasta ainda mais da possibilidade de mudança.


Foi uma tarde potente; com sol, cadeiras coloridas, cadernos no colo, olhos nos olhos; e celulares, finalmente, guardados.



 
 
 

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